Nos dias 27 e 28 de junho, aconteceu no campus Palmas do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) a etapa norte da I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS. Durante os dois dias de evento foram realizadas mesas redondas, rodas de resistência, oficinas temáticas e apresentações de trabalhos. Profissionais da capital e do interior do Tocantins, além de representantes do Conselho Federal de Psicologia e dos demais Conselhos da regional norte, estiveram presentes construindo e participando dos espaços.
Como ponta pé inicial, apresentou-se ainda no primeiro dia no local da mostra o grupo musical formado pelos adolescentes do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos do município de Paraíso. Logo após o momento cultural, foi realizada a mesa de abertura composta por representantes de todos os Conselhos de Psicologia da região norte e do Conselho Federal, seguida da mesa redonda com o tema “As faces da diversidade: a singularidade da Psicologia no SUAS na Região Norte”.
As rodas de resistência formaram espaços muito ricos dentro da mostra, levando para debate com a categoria diversos temas de grande relevância social como gênero, abuso sexual e política de assistência pública. A psicóloga Anne Cleyanne, representante da sessão Rondônia do CRP-20, participou como mediadora da roda ‘gênero e a política de assistência social’ e falou da importância de dialogar sobre este tema que por muito tempo foi invisibilizado na atuação de psicólogas e psicólogos.
“Foi muito importante o encontro da região norte ter aberto espaço para esse debate. Muitas vezes o profissional precisa de uma orientação, de uma fundamentação teórica, de uma nova prática, mas acaba não tendo onde buscar porque estamos habituados a seguirmos os manuais da psicologia, que durante muito tempo foi heteronormativa e elitista.”.
Cleyanne fala ainda sobre a importância do SUAS junto as minorias e o rompimento da psicologia com antigos padrões que não reconheciam a diversidade de direitos.
“O encontro mostrou o quanto nós, enquanto profissionais da psicologia, estamos amadurecendo e conseguindo alcançar demandas de populações outrora esquecidas. Então é importante ver que a psicologia está buscando dados, reforçando as políticas públicas, resistindo e cobrando para que o acesso das mais diversas populações seja garantido.”.
Compondo a mesa de mediação da roda de resistência com o tema ‘Abuso sexual na infância e juventude’, a professora doutora Ana Cristina, docente do curso de psicologia da Universidade Federal do Tocantins, conta que a I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS desempenhou um papel muito oportuno ao propiciar o diálogo através do qual foi possível pensar novas propostas de trabalho e de combate à violência sexual.
“A mostra foi um espaço muito interessante inclusive para mim, que venho realizando pesquisa nessa área há muito tempo. Foi uma excelente oportunidade para dar retorno aos atores sociais envolvidos no processo da pesquisa e de poder caracterizar a violência sexual aqui no Tocantins.”.
A etapa norte da I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS foi o primeiro evento de âmbito nacional sediado pelo Conselho de Psicologia do Tocantins. Para Laís Karolinny, analista de fiscalização do CRP-23, realizar o evento foi um desafio grande mas também muito gratificante.
“A troca de experiências entre os participantes da região foi extremamente enriquecedora. As oficinas e rodas de conversa proporcionaram espaços de debate e construção de novos conhecimentos e a apresentação dos trabalhos foi um grande momento em que os participantes puderam aprender com as experiências exitosas dos colegas de outras regiões.”.
Sobre a I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais realizam a I Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), entre os meses de julho e julho de 2019, nas cinco regionais do país.
O objetivo geral da Mostra é possibilitar e promover a construção coletiva de referências e aprimoramentos para o fazer ético-político da psicóloga (o), de forma a pensar a atuação nos serviços, na gestão e no controle social da assistência social.