O cine debate ‘Psicologia e Movimento LGBT: A importância das Resoluções CFP 01/99 e CFP 01/18 pela não patologização da vida’, parte da programação do Agosto da Psicologia no CRP-23, aconteceu na última segunda-feira (20), na sede da autarquia em Palmas-TO. Para ilustrar a atividade foi transmitido o filme ‘Depois do Fervo’, de Matheus Faisting.
Mediado pela representante da Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins (ATRATO), Rafaella Alexandra Vieira Mahare, e pelas psicólogas Camila Brush e Stefhane Santana, o cine debate foi pensado com o objetivo de avançar na construção de uma Psicologia voltada para os direitos humanos, em defesa do princípio ético das Resoluções CFP 01/99 e 01/18, referentes a atuação com relação a orientação sexual e às pessoas transexuais e travestis, respectivamente.
Com a aprovação das Resoluções CFP 01/99 e CFP 01/18 a Psicologia reafirma o seu compromisso com as lutas e movimentos sociais, especialmente com a defesa dos direitos da população LGBT, demonstrando também que não será instrumento para produção de sofrimento.
Durante o debate foi reforçado que a homossexualidade não é doença, não sendo, desta forma, passível de cura, ao tempo que foi proposta uma reflexão em torno da atuação profissional voltada à eliminação da transfobia e do preconceito em relação às pessoas transexuais e travestis.
Para Stefhane Santana, psicóloga pesquisadora do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) no CRP-23, “discutir sobre a Psicologia e o Movimento LGBT é de extrema importância não apenas para os profissionais da categoria, mas para toda a comunidade que é convidada a refletir sobre a necessidade de garantir os direitos dessa população.”.
Na ocasião, também foi possível conhecer um pouco do trabalho realizado pela ATRATO. Representando a Associação, Rafaella Alexandra Vieira Mahare expôs algumas demandas referentes às pessoas transexuais e travestis no Tocantins, bem como os desafios que existem no contexto de vida dessa população e o sofrimento vivenciado em decorrência do preconceito e estigmas enraizados socialmente.
Rafaella Mahare avaliou o debate como de extrema importância para o Movimento LGBT: “Diante de uma sociedade tão produtora de sofrimento psíquico, que a psicologia seja agente de transformação social da realidade, defendendo de forma radical e intransigente, uma sociedade livre das desigualdades e injustiças.”.
Para Rafaela, as Resoluções do Conselho Federal de Psicologia nos dão a possibilidade de entender a transexualidade como algo que não pode ser revertido.
“O contrário deste pensamento gera, de uma forma muito evidente, mais exclusão e violência diante de um suposto ‘problema’ que deva ser exterminado. Pensar que isso possa ser revertido chancela algo que não tem qualquer comprovação científica e que já embasa, em muitos casos, a violência sofrida pela população trans.”.
A programação do Agosto da Psicologia no CRP-23 segue até o último dia do mês. Confira abaixo as datas e horários das próximas atividades e participe!