Mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo. Esse cenário estatístico preocupante motivou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a colocar o tema como prioridade na agenda global de saúde pública, incentivando os países a adotarem estratégias de prevenção com abordagem multisetorial, de forma a quebrar estigmas e tabus que ainda persistem.
Para debater as contribuições da Psicologia para a compreensão do tema e o seu papel no cuidado daqueles que atentam contra a própria vida e das de todos que vivenciam o luto dessas perdas inesperadas, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, no dia 21 de setembro, às 17h, um diálogo digital transmitido ao vivo pela internet com o tema “Prevenção ao Suicídio: desafios para Psicologia e saúde pública”. Você pode participar em tempo real enviando perguntas pelo Facebook, Twitter e Youtube com hashtag #dialogosCFP ou pelo e-mail [email protected].
Para participar e acompanhar ao vivo, confirme presença aqui: https://www.facebook.com/events/118502238851766/
De acordo com o CFP, a atuação de psicólogas/os na prevenção ao suicídio deve extrapolar as intervenções estritamente individuais e buscar a compreensão das condições de vida que podem contribuir para produzir sofrimentos mentais intensos. “A vida se constitui na relação das pessoas com seu entorno, na produção psicossocial dos modos de ser e estar. Por isso, o papel da Psicologia é acolher e resignificar esse sofrimento, a partir do entendimento de como ele é produzido nas instâncias sociais, históricas e culturais. ”, explica a psicóloga Sandra Sposito, conselheira do CFP.
Em todo o mundo, 75% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda, segundo dados da OMS. Isso demonstra que as motivações para a prática suicida estão relacionadas também às relações de violência e opressão que se manifestam nos espaços laborais, sociais e familiares, na exploração econômica, na falta de acesso à educação, cultura e saúde. “Quando discutimos a questão do suicídio, precisamos lembrar que vivemos em uma sociedade fundamentada na exploração e profundamente marcada pela opressão, pela desigualdade, pela competitividade e pelo individualismo”, avalia a psicóloga Ana Sandra, vice-presidente do CFP.
De acordo com a OMS, o suicídio é a segunda principal causa de óbito entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. “Vivemos numa sociedade que vende ao jovem a falsa promessa de sucesso garantido desde que estude, empreenda e se esforce. No entanto, essa possibilidade de futuro perfeito, de felicidade plena, de ausência total de sofrimento não se concretiza, trazendo sensação de fracasso e desesperança”, afirma Rogério Giannini, presidente do CFP.
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Em dezembro de 2013, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou o livro “Suicídio e os desafios para a Psicologia”. A publicação chama atenção para uma situação que retira a vida de milhões de pessoas em todo mundo e que pode ser evitada, especialmente por meio do apoio psicológico para os que atentam contra a própria vida e para aqueles que vivenciam o luto da perda.
O livro reúne as questões levantadas pelos debates on-line “Suicídio: uma questão de saúde pública e um desafio para a Psicologia clínica” e “Suicídio: o luto dos sobreviventes”, realizados em 24 de julho e 21 agosto de 2013.
(fonte: Conselho Federal de Psicologia)