Em celebração ao Dia do Psicólogo, o Conselho Regional de Psicologia do Tocantins (CRP-23) realizou na segunda-feira, 27 de agosto, a atividade marco da programação do Agosto da Psicologia. Com o tema ‘Os desafios da Psicologia junto aos povos indígenas, quilombolas e tradicionais no Tocantins’ a mesa de debate, mediada pelo Grupo de Trabalho ‘Psicologia e Povos do Cerrado’ do CRP-23, reuniu um público diverso no auditório do Memorial Coluna Prestes, dentre eles profissionais e acadêmicos da psicologia e de outras áreas e representantes quilombolas e indígenas originários da região.
Representando os povos tradicionais do Tocantins, compuseram a mesa de debate a líder quilombola Fátima Barros, pedagoga, membra da Articulação Nacional de Quilombos (ANQ) e líder do Quilombo Ilha São Vicente, e a liderança da etnia avá-canoeiro e acadêmica de pedagogia, Brena Avá Canoeiro.
Para ilustrar a atividade, foi transmitido o documentário produzido durante a vivência do GT ‘Psicologia e Povos do Cerrado’ no Quilombo Ilha São Vicente, realizada em Abril deste ano, e o trailer do filme Taego Ãwa, que conta resumidamente a história da tribo Ãwa.
Para Brena Avá, o envolvimento da psicologia na luta dos povos tradicionais é muito importante.
“Esse tipo de espaço construído com o CRP-23 é muito valioso para dar visibilidade à nossa história, à nossa resistência, essa aproximação com a psicologia fortalece muito a nossa luta.”.
A maneira como essa construção entre psicologia e povos tradicionais influencia nos territórios e na atuação/formação de psicólogas e psicólogos no Tocantins, também foi uma reflexão proposta durante a discussão. Para o GT ‘Psicologia e Povos do Cerrado’, os limites da escuta clínica devem ser rompidos a fim de que se construa uma atuação pautada na descolonização de pensamentos, saberes e práticas.
A psicóloga Thávila Kaline, membra do GT ‘Psicologia e Povos do Cerrado’, fala sobre a necessária aproximação da categoria com um tema que não é contemplado na academia, mesmo quando observadas a psicologia social e comunitária.
“É preciso compreender que o território faz parte das relações, da subjetividade dos povos tradicionais que existem no nosso Estado, assim, não é possível falar sobre saúde mental, sem considerar a dimensão dessa pauta que afeta a saúde física e psiquica desses povos que por vezes, tem sua própria identidade negada.”.
Sarau Cultural
Encerrada a mesa de debate, os participantes vivenciaram um momento de confraternização na área externa do Memorial Coluna Prestes, onde puderam assistir a apresentação da banda LuaOdara, com a participação do presidente do CRP-23 Pedro Paulo Valadão, e saborear um delicioso lanchinho.
A programação do Agosto da Psicologia no CRP-23 segue até o último dia do mês. Confira abaixo as datas e horários das próximas atividades e participe!