Diante do contexto de transmissão comunitária do novo coronavírus (COVID-19), o CRP-23 publicou na manhã desta segunda-feira, 23 de março, uma nota orientativa às(aos) psicólogas(os) do Tocantins que atuam na assistência hospitalar, apresentando o posicionamento institucional da autarquia sobre a proteção destes trabalhadores no cenário pandêmico.
A medida foi pensada a partir da análise conjectural realizada pelo Conselho, através do presidente Tássio de Oliveira Soares (CRP 23/660), e pelas coordenadoras dos serviços de psicologia dos três maiores hospitais públicos do Estado (Hospital Geral de Palmas, Hospital Regional de Gurupi e Hospital Regional de Araguaína) que estiveram reunidos por vídeo- chamada no último sábado (21).
A nota orientativa, apreciada e aprovada pelo plenário do CRP-23, parte das considerações da Portaria nº 454, de 20 de março de 2020, em que o Ministério da Saúde declara estado de transmissão comunitária do coronavírus (COVID-19) em todo o território nacional, e do Decreto n. 6.072, de 21 de março de 2020, em que o governo estadual declara estado de calamidade pública no Tocantins em razão da pandemia. O conteúdo manifesta diversas questões a serem observadas pelos profissionais da psicologia que prestam assistência hospitalar, visando tanto o exercício ético e efetivo da psicologia quanto a segurança em prol da saúde coletiva.
Além das normas sanitárias e de segurança que merecem rigorosa atenção neste período, na nota o Conselho sugere também o autocuidado em relação ao aspecto emocional:
“É um contexto de atuação diferente para grande maioria de nós profissionais da psicologia. Neste cenário a ansiedade e o medo de ser contaminado que atinge os usuários de nossos serviços, também nos atinge e temos que, antes mesmo de auxiliá-los, gerenciar estes fenômenos em nós. Este é um desafio para todas/os psicólogas/os, mas que fica ainda mais intenso para os profissionais que continuarão a prestar assistência presencial aos seus usuários. Este é o caso dos profissionais que trabalham em hospitais.”.
No Tocantins já há suspensão de visitas de familiares a paciente em unidades hospitalares e esta medida pode se estender a demais unidades. Os usuários de serviços hospitalares que já passam por uma série de privações, ficarão também sem suporte familiar direto. O trabalho da(o) psicóloga(o) nestas situações é imprescindível. O profissional deve dar suporte aos pacientes internados, seja por solicitação seja por busca ativa no leito.
Na nota, o Conselho traz orientações também aos profissionais que se enquadram nos critérios de isolamento, e aos que não se enquadram recomenda inicialmente que busquem informações seguras sobre a atuação em contexto de emergências e desastres e não se exponham ao risco além do necessário.
Ao final, o CRP-23 manifesta o desejo pelo bem-estar dos profissionais, dos pacientes assistidos nos hospitais, e de toda a população, e se coloca à disposição da categoria para demais orientações:
“Sabemos que enfrentaremos dias difíceis. Reconhecemos a importância do seu trabalho, em especial neste momento que, com seu trabalho coloca sua vida a serviço dos que mais precisam, protegendo a sociedade e fortalecendo o Sistema Único de Saúde. Por fim, esperamos que a presente nota lhe ajude a promover sua proteção no exercício de suas funções no contexto atual. Nós estamos buscando diálogo e somando esforços com as autoridades civis e sanitárias e nos colocamos à disposição para eventuais necessidade de orientação.”
Confira na íntegra: NOTA ORIENTATIVA ÀS(AOS) PSICÓLOGAS(OS) QUE ATUAM NA ASSISTÊNCIA HOSPITALAR
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