Desde 1996 o dia 26 de outubro tornou-se o marco da Visibilidade Intersexo no mundo. A data lembra a primeira demonstração pública de que se tem registro de pessoas intersexo, realizada durante a conferência anual da Academia Americana de Pediatria na cidade de Boston/EUA. A partir deste momento também houve a inserção da letra “I” na sigla LGBT para inclusão deste grupo.
Segundo informações da Campanha Livres e Iguais da ONU, pessoas intersexo nascem com características sexuais (incluindo genitais, gônadas e padrões cromossômicos) que não se encaixam nas típicas noções binárias de corpos masculinos e femininos, e representam entre 0.05% e 1.7% da população. É importante destacar que nem todas as características intersexuais são visíveis no nascimento, em alguns casos estas só se manifestam a partir da puberdade.
No Brasil, a inserção das pessoas intersexo, não só na designação, mas nos próprios movimentos sociais é recente. No livro Intersexo (2018), de autoria da advogada gaúcha Maria Berenice Dias, são abordadas diversas faces problemáticas sobre a Intersexualidade no país, como o fato das pessoas identificadas como portadores de anomalia sexual serem submetidas a correção cirúrgica ainda bebês com a chancela do Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo a advogada, este processo se dá “sem qualquer respeito à identidade que irá assumir quem se afasta do binarismo de gênero. ”. O livro é considerando a primeira obra no Brasil que aborda essa questão e a primeira obra no mundo que traz um viés interdisciplinar sob muitos aspectos.
Considerando o compromisso da Psicologia quanto a eliminação das discriminações e opressões, assim como pela defesa da dignidade de vida para todes, o Conselho de Psicologia do Tocantins (CRP-23) destaca a importância de promover uma atuação que ofereça apoio às pessoas intersexo e seus familiares, informando também a sociedade a respeito desta expressão da sexualidade.