No dia 18 de maio lembra-se os movimentos realizados pelos trabalhadores e usuários da Saúde Mental na década de 70, sendo evidenciado pela carta apresentada no I Encontro dos Trabalhadores de Saúde Mental em Bauru- São Paulo. O documento mencionava a necessidade de propor um cuidado às pessoas em sofrimento psíquico diferente do isolamento. Apesar de muitas conquistas terem sido alcançadas com a luta, nos últimos anos temos assistido o retorno dos hospitais psiquiátricos e ascensão de politicas publicas que priorizam o cuidado em espaços fechados. Neste sentido, conclamamos a necessidade da mobilização dos trabalhadores e usuários em saúde mental para o fortalecimento em defesa da promoção do cuidado no território, autonomia e protagonismo dos usuários em Saúde Mental.
Nesta mesma data, no ano de 1973, no estado do Espirito Santo, uma menina chamada Araceli foi drogada e estuprada por cinco homens. Esta criança veio a morrer após estas violências. Posteriormente, esta data ficou marcada como uma convocação à sociedade de que é preciso denunciar as violências naturalizadas que crianças e adolescentes sofrem todos os dias e mobilizar as politicas públicas para o enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes.
Diante disto, o CRP 23 reafirma o seu compromisso na defesa de um cuidado que prime pela participação social dos usuários e trabalhadores, autonomia e liberdade, bem como, retira da ordem do privado as vivências das violências e a necessidade de construção de uma sociedade que prime a proteção às crianças e adolescentes. Por isto, queremos uma psicologia sem manicômios e sem o sigilo das violências!