O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças de Trabalho é lembrado a cada 28 de abril com o objetivo de chamar a atenção da sociedade e mobilizar a classe trabalhadora na luta por condições dignas de trabalho, com saúde e segurança, alertando para a importância da prevenção de acidentes. A data, escolhida em memória dos 78 trabalhadores que morreram em uma mina na Virgínia (EUA) em 1969, foi instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2003 e inclusa no calendário brasileiro em 2005 por meio da lei nº 11.121.
Segundo a Organização Mundial do Trabalho, estima-se que a cada 15 segundos um trabalhador no mundo morre por acidente ou doença adquirida no ambiente laboral. Ainda de acordo com dados da OIT, o Brasil ocupa a 4.º posição no ranking mundial de acidentes fatais de trabalho. Com a crise global desencadeada pela pandemia da COVID-19, a insegurança das trabalhadoras e dos trabalhadores foi intensificada. Uma pesquisa do Observatório Digital de Segurança e Saúde no Trabalho, aponta que só no ano de 2020 mais de 400 mil brasileiros se acidentaram durante o exercício de suas funções.
Após mais de 1 ano de permanência do estado de pandemia que já matou quase 400 mil pessoas no Brasil, a classe trabalhadora se encontra em condições ainda mais vulnerabilizadas. Profissionais que atuam na linha de frente de combate à COVID-19 ou que desempenham atividades essenciais têm enfrentado diariamente o risco iminente à própria vida, com grande exposição ao vírus e muitas vezes com jornadas excessivas de trabalho e sem acesso sequer a EPI’s apropriadas.
Neste contexto, a pandemia também promoveu um aumento expressivo de afastamentos por doenças ocupacionais além de fortes impactos na saúde mental de milhões de trabalhadores atingidos também pela crise financeira, desemprego, isolamento social e luto.
De acordo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez devido a transtornos mentais em 2020 aumentou em 20,6% em relação ao ano anterior. Foram 291,3 mil concessões no ano passado, contra 241,4 mil em 2019, no país. Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde os distúrbios mentais e do comportamento ocupam o terceiro lugar no ranking das causas de incapacidade para o trabalho.
Por isso é urgente lutar por vacina para todos e agir em defesa dos direitos da classe trabalhadora a fim de que, especialmente em tempos de crise, seja garantida a integridade física e psicológica das trabalhadoras e dos trabalhadores através de acesso gratuito e universal à saúde, priorizando a prevenção de acidentes e agravos nos espaços de atividades remuneradas.