Estamos no ano de 2019 e a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) ainda sofre com a falta de políticas públicas que atendam integralmente suas necessidades, o discurso de ódio e a intolerância ainda são reproduzidos cotidianamente em nossa sociedade.
Qual a consequência? O Brasil é um dos países mais perigosos para uma pessoa LGBT viver, levando em consideração os altos índices de assassinatos cometidos contra essa população. O relatório realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e divulgado no ano passado expõe dados alarmantes:
“A cada 20 horas um LGBT é barbaramente assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia, o que confirma o Brasil como campeão mundial de crimes contra as minorias sexuais. Segundo agências internacionais de direitos humanos, matam-se mais homossexuais e transexuais no Brasil do que nos 13 países do Oriente e África onde há pena de morte contra os LGBT.” (p.01, 2018).
Portanto, hoje, o 17 de maio tornou-se um símbolo da luta contra a homofobia, pois nesse mesmo dia no ano de 1990, o homossexualismo era retirado da lista de Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para a Psicologia a sexualidade faz parte da identidade de cada sujeito e, por isso, práticas homossexuais não constituem doença, distúrbio ou perversão. Assim, em março de 2019 o Conselho Federal de Psicologia (CFP) comemorou os 20 anos da Resolução nº 01/1999 determinando que não cabe a profissionais da Psicologia no Brasil o oferecimento de qualquer tipo de prática de reversão sexual.
Dessa forma, a psicologia reconhece o seu papel histórico e ético-político ao reafirmar a importância da manutenção desta resolução, assumindo compromisso com a população LGBT do país. Visando ainda a orientação e o direcionamento de práticas que promovam a saúde e o bem-estar das pessoas, permitindo a superação de preconceitos e discriminações.
(Stefhane Santana, psicóloga pesquisadora do CREPOP no CRP-23)